Sem Espinhas é uma rubrica que dá a conhecer primeiro a pessoa, depois o profissional. Guilty pleasures, refeições estranhas e ingredientes improváveis são temas que fazem parte deste questionário. O convidado que se segue chama-se David Barata e é chefe do restaurante Austa, em Almancil.
Se não fosses cozinheiro o que terias sido? Pescador ou criador de “ovos de floresta”. Na verdade já faço as duas atividades, mas por enquanto apenas para abastecer a minha casa e o restaurante.
Qual é aquela receita que nunca te sai bem? Arroz-doce. Não é que o tenha feito muitas vezes, mas nunca me senti satisfeito com um feito por mim.
Que ingredientes improváveis resultam muito bem? Fiquei surpreendido com a junção de lavagante e melancia.
Qual foi a refeição mais estranha que já tiveste? Já comi alforreca num restaurante chinês! Não é que seja mau, mas é bastante desafiante, principalmente pela textura.
A primeira vez que cozinhaste, preparaste o quê? Não faço ideia, mas lembro-me da primeira vez que me senti empolgado e reconhecido por cozinhar para outras pessoas. A acampar com amigos, fiz uma massa de atum “deliciosa”, uma típica comida de acampamento, mas em que fiz um “puxado”, com massa devidamente cozida, ervas e raspa de limão. O que era uma refeição para 7/8 pessoas, transformou-se no dobro. Até o pessoal que estava nas tendas ao lado também quis provar.
O que comes depois do serviço? Fruta e pão ensopados nas sobras dos molhos do serviço.
Qual é o teu maior guilty pleasure? Camarão cristal muito bem fritinho com uma mayo de coentros e limão.
Qual o maior erro que já cometeste numa cozinha? No meu primeiro trabalho, em modo de parvoíce, comecei uma “guerra” de pedras de gelo dentro da cozinha e estava um tacho de óleo a 200º na chapa. Aconteceu que caiu uma pedra de gelo nesse tacho e podem imaginar o que aconteceu… Felizmente ninguém se magoou neste episódio.
A quem confiarias a tua cozinha por um dia? Já conheci profissionais exemplares nos restaurantes por onde passei, mas a minha cozinha confiaria apenas a quem a conhece como ninguém: a minha equipa.
Qual é o restaurante que gostavas de ter, mas não é teu? O Septime, em Paris, mudou a minha vida, mas seria impensável viver tão longe do mar. Por isso, pelo carinho que tenho pela zona envolvente, e também pela localização, adorava abrir um restaurante na antiga Cabana do Pescador, na Praia das Bicas, no Meco.
Foto: Joana Freitas