No início está motivado/a para realizar bem o seu trabalho, e naturalmente quer desempenhar bem as suas funções. Existe um entusiasmo por aquilo que faz, tudo faz sentido, e quer destacar-se pela sua dedicação. O empenho é cada vez maior, e as horas, os pensamentos, as energias são todas dedicadas ao trabalho. Seja pela pressão da empresa ou da família, o seu próprio perfeccionismo, o nível de exigência que as tarefas acarretam, tudo conduz a que mergulhe tão profundamente no trabalho, que acaba por ficar sem energia para tudo o resto, incluindo e principalmente, para si próprio/a.
Conheça as 12 fases do Síndrome de Burnout:
- A necessidade de afirmação
“Eu vou ser um bom profissional e por isso irei destacar-me.”
Fase do enamoramento, da conquista, da ambição. Necessidade de provar que é capaz. Estar sempre disponível para assumir mais responsabilidades.
2. Trabalhar arduamente
“Vou fazer mais e melhor. Nem que caia para o lado.”
Elevam-se as expectativas, para mostrar o seu valor ou enquadrar-se na organização. Existe uma dedicação intensa ao trabalho. Não consegue desligar-se do trabalho.
3. Desleixo das suas próprias necessidades
“Não tenho tempo para dormir, nem para comer.”
Todas as forças são direcionadas e concentradas no trabalho, por isso deixa de ter energia e tempo para a família e vida social. Necessidades básicas como alimentar-se, dormir, exercitar-se são desvalorizadas.
4. Distanciamento dos conflitos.
“Não há nada a fazer, tenho que trabalhar.”
Existe a percepção de que o que é feito não é devidamente recompensado. Conscientes de que algo não está bem, a origem do problema é muitas vezes ignorada. Uma crise interna, derivada de factores emocionais e desgaste laborar, que gera ansiedade. Os primeiros sinais físicos aparecem.
5. Revisão dos valores
“O trabalho é a coisa mais importante na minha vida, o resto não existia se não fosse o trabalho.”
Enquanto as necessidades básicas são deixadas de lado, o sistema de valores pessoal mistura-se com o sistema de valores da empresa. A motivação, energia e sensibilidade deixam de existir, substituídos por frieza, apatia, indiferença e desinteresse. As coisas que antes davam prazer, agora deixam de ter importância.
6. Negação dos problemas emergentes
“Se todos trabalhassem como eu, isto estava muito melhor!”
Aumenta a intolerância com os outros, os colegas são acusados de serem preguiçosos e não trabalham tanto quanto deveriam. A vida social deixa de agradar. A comunicação com os outros torna-se agressiva, cínica e sarcástica. A justificação dos problemas é a pressão e volume de trabalho.
7. Isolamento
“Estou farto/a de pensar nos outros! Tenho de pensar é em mim.”
Evita-se a vida social, vista como um desgaste permanente. Álcool, drogas ou outras substâncias de substituição, podem ser usadas como escape para aliviar o stress e continuar a fazer o trabalho bem feito. Sentimentos de esperança e direcção na vida deixam de existir.
8. Mudanças comportamentais visíveis
“Estou no meu limite!”
Os outros à volta reparam e ficam preocupados com as atitudes. A realização profissional deixa de existir.
9. Despersonalização
“Não sou obrigado/a a fazer mais do que a minha obrigação.”
Tudo deixa de ter importância, nós, os outros o mundo. A visão da vida fica reduzida, vive-se para fazer as coisas mecanicamente, porque tem de ser.
10. Vazio interior
“Não tenho mais forças. Não me apetece mais.”
Existe um sentimento de insatisfação e desamparo. Não existe mais realização pessoal. Comportamentos desadequados e exagerados podem surgir para preencher essa lacuna (consumo de substâncias, compulsões, vícios).
11. Depressão
“Não vale mais a pena.”
A exaustão, desesperança, indiferença, sentimentos de desvalorização, sentimento de que não temos importância. O sentido da vida, das coisas e dos outros não tem mais propósito.
12. Síndrome de Burnout.
Colapso físico e emocional. Não existe mais forças nem motivação para tentar. Opta-se por baixa médica, demissão. Desespero leva a pensar que o suicídio pode ser uma solução para escapar ao sofrimento.
Oficina de Psicologia
Foto: Zahir Namane