Misturar a cultura da vinha e da gastronomia com as artes e expressões artísticas é o mote da série Sabores y Paladares Ibéricos, organizado por Sara Peñas (La Vida Ibérica) sempre na sala de âmbito cultural do El Corte Inglés em Lisboa. O programa é centrado em pares portugueses e espanhóis, em ponto-contraponto, traçando a união dos dois países e vincando os traços comuns, aproximando as diferenças. A 15 de Setembro foi a vez da Extremadura espanhola e o Alentejo português.
Francisco Mateus, presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Alentejo falou da história do vinho na região, que remonta a cerca de 10 mil anos, e enfatizou o trajeto do vinho alentejano ao longo dos séculos e das décadas, desaguando nos últimos 40 anos, quando a região se impôs como a de maior sucesso comercial em Portugal. Foram lembradas as tradições como a de fazer vinho em grandes ânforas de barro, as talhas, e essa memória foi reforçada com a apresentação de Teresa Caeiro, das Gerações de Talha, que trouxe o seu vinho branco Farrapo. Também Alexandre Relvas apresentou o seu projeto Herdade de São Miguel, e sublinhou os objetivos de sustentabilidade da sua empresa e cada vez mais da região e do país. Foi então a vez da música, apresentada por Francisco Carvajal, diretor do Festival de Flamenco em Lisboa, que introduziu o extraordinário guitarrista de flamenco Joaquín Muñino, de Badajoz, e o percussionista alentejano Carlos Mil-Homens, que primeiro separados e depois juntos ofereceram momentos de assombro a uma audiência deslumbrada. Finalmente houve momentos de relaxamento e deleite gastronómico com produtos extremenhos como presunto ibérico Montanegra e queijos locais, e os vinhos alentejanos. Novo encontro marcado para 14 de Novembro, com Douro y Duero em parelha de interessantes novidades.
Foto e texto: Luís Antunes