Entrevista Mafalda Salgueiro

Texto: Sónia Alcaso
Foto: Humberto Mouco

O video, a animação e o desenho são usados pela artista para falar de comunidade, identidade e tradição, numa abordagem tão criativa quanto etnográfica. A Comezainas, a curta-metragem de Mafalda Salgueiro, é o seu trabalho mais emblemático e constitui um testemunho da gastronomia e cultura portuguesas, sobretudo alentejana, explorando temas como a família, a comida, o trabalho e a mulher.  

Mafalda Salgueiro nasceu no Alentejo, em 1990, na cidade de Portalegre, onde viveu até aos 18 anos. Desde pequena, já tinha o “bichinho do registo”. “Lembro-me de pedir à minha avó que me cantasse as cantigas e me dissesse os poemas ou dizeres que sabia de memória, pois era analfabeta, para eu as escrever e depois ilustrar”, recorda Mafalda que sempre gostou muito de desenhar. “Na pré-primária as professoras pediram-me para fazer desenhos com as brincadeiras de cada uma das secções da Cresce, para emoldurarem e decorar o espaço. Já na primária fiz um ou dois desenhos dos quais vendi aos meus colegas fotocópias a preto e branco. O mais bem sucedido tinha uma sereia e um golfinho”, conta. 

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