Sem Espinhas: Mirna Gomes

Sem Espinhas é uma rubrica que dá a conhecer primeiro a pessoa, depois o profissional. Guilty pleasures, refeições estranhas e ingredientes improváveis são temas que fazem parte deste questionário. A convidada que se segue chama-se Mirna Gomes e é subchefe do restaurante Mito, no Porto.

Se não fosses cozinheira o que terias sido? Certamente continuaria com a minha profissão anterior, a de massoterapeuta ayurvédica, e faria uma formação em psicologia ao invés de gastronomia.

Qual é aquela receita que nunca te sai bem? Adoro fazer caldos e molhos, e acho sempre que a minha demi-glace não é perfeita, mas sigo tentando.

Que ingredientes improváveis resultam muito bem? Espargos, tremoços, alga nori e iogurte. Fiz uma entrada para a carta de verão do ano passado e nem eu sabia que poderia ser tão bom, os clientes amaram (e eu também)!

Qual foi a refeição mais estranha que já tiveste? Hummm, talvez meu último café da manhã em Chiang Mai, na Tailândia. Era um frango tão carregado de diferentes tipos de malagueta e tão saboroso que mesmo chorando, não conseguia parar de comer, hahahah!

A primeira vez que cozinhaste, preparaste o quê? Feijão. O feijão do dia-a-dia em Recife, a cidade de onde sou no Brasil, é muito parecido com a Sopa da Pedra daqui. Mas a minha mãe costumava fazer um refogado com alho, cebola, cominhos, colorau e talos de coentros, e foi a fazer esse refogado que comecei a cozinhar com ela. Sinto esse cheiro até hoje…

O que comes depois do serviço? Nada, ou um chá com uma bolacha digestiva. Quando estava no Brasil, costumava fazer farofa de dendê e ovo frito, mas desde que vim para Portugal e que comecei a dividir casa com outras pessoas, acabei por perder o hábito de comer depois do trabalho para não incomodar as pessoas que já estavam deitadas ou para evitar o cheiro a comida pela casa.

Qual é o teu maior guilty pleasure? Definitivamente vinho!

Qual o maior erro que já cometeste numa cozinha? Vixi, já foram tantos! Uma vez esqueci-me durante dois dias de abrir um pote de jambo fermentado que usava numa sobremesa e o pote de vidro arrebentou dentro do frigorífico quando a pasteleira tinha acabado de fechar a porta. Ouvi dizer que São Benedito proteje os cozinheiros – se sim, devo-lhe mais uma.

A quem confiarias a tua cozinha por um dia? Sinto-me muito afortunada de ter podido trabalhar e ser amiga de chefes com tanto talento, mas ver talentos florescerem é muito bonito também, e por isso, escolheria o João Rodrigues que foi meu sous-chef junior no Mito. É uma jóia de pessoa e de cozinheiro, umas das pessoas mais obstinadas e talentosas que já conheci.

Qual é o restaurante que gostavas de ter, mas não é teu? Donha Senhora. O restaurante imaginário dos meus sonhos, dentro da minha pousada imaginária dos sonhos, a Finca das Oliveiras. É um modelo como o Hiša Franko (claro, que com o “kit de unhas”, ou o “ziriguidum” da minha realidade), hahah!

Foto: Restaurante Mito

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