O bom Mal Barbado

A Mal Barbado é uma marca de utensílios de madeira feitos à mão, com recurso a técnicas tradicionais, produzidos por André Panóias, designer de formação. Durante o mestrado em design de produto, na Universidade de Lisboa, o jovem natural de Évora começou a fazer colheres de cozinha como escape à rotina e às horas de computador que a faculdade implicava. A ideia inicial era fazer um projeto que relacionasse o design de produto ao artesanato tradicional, mas percebeu que essa abordagem começava a estar banalizada. No processo de investigação que antecedeu a criação da marca, procurou a origem de alguns objetos tradicionais, como o cocho ou as cabaças, procurando criar algo que valorizasse o saber fazer ancestral.  
 
O foco do projeto são as colheres de madeira, que vão buscar muito às colheres antigas: a provadeira (para provar, no campo e em segurança, os cozinhados no tempo da tuberculose), a colher porqueira (que se fechava para transportar na fita do chapéu), a colher de comer ao desafio (que tem uma concha maior para trazer mais alimento) e a colher dos namorados (que era oferecida como prova de fidelidade). 

Alguns dos materiais usados são locais, como oliveiras, azinho e laranjeira e são resultado de podas sazonais, árvores atingidas por causas naturais ou de desperdícios de marcenarias. Para produzir cada utensílio o responsável usa, maioritariamente, ferramentas manuais: uma serra, um machado, uma navalha, goivas e uma legra (lâmina que permite fazer a concavidade).  

Segundo conta André, cada utensílio “é um manifesto pela preservação da nossa paisagem cultural: os nossos costumes, as nossas raízes, a nossa identidade. É uma celebração da nossa memória coletiva, tantas vezes esquecida e pouco valorizada”. 

 
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