Sem a pressão dos formalismos do conceito: a medida exata entre o copo de vinho e o guardanapo de pano, a tolha imaculada branca, a apresentação de produtos renomados no prato e de um serviço de mesa demasiado reto, os conceitos de casual dining ou até mesmo de casual fine dining começaram a surgir em Portugal há uma mão cheia de anos.
Naturalmente, como o nome evidencia, muitas vezes, chefes vindos do fine dining, emprestaram esse conhecimento e tornaram os restaurantes mais simples, descontraídos, com o mesmo cuidado pelos ingredientes utilizados – tudo isto num ambiente mais friendly. O Prado, de António Galapito, aberto no fim de 2017, é um desses exemplos e bebeu muito da inspiração dos restaurantes londrinos, onde o chefe trabalhou alguns anos. A carta do Prado é curta, focada no produto (português), com técnicas do mundo; o espaço arregala os olhos pela simplicidade e luz natural; e o serviço de mesa é descomprometido e, por vezes, feita pelos próprios cozinheiros – algo que o fine dining também já o faz. Afinal o contacto cliente-cozinheiro foi quebrado há muito com a abertura das cozinhas para a sala. Nos restaurantes mais casuais, o número de horas passadas à mesa, em alguns casos, é menor, bem como, o preço no final da refeição.
Nos últimos tempos, surgiram outros exemplos um pouco por todo o país que representam a máxima “casual, casual, casual” e com relativo sucesso. Entre eles: Essencial (Lisboa), Fava Tonka (Leça da Palmeira), Sem (Lisboa), VDB Bistronomie (Lisboa), Almeja (Porto), entre outros. Com o acrescimento de espaços a abrir nessa onda, a evidência é que se mantenha a tendência do casual por mais anos.