Por Onde Comes… na Beira Litoral? As dicas do chefe João d’Eça Lima

O desafio do convidado da nova rubrica “Por Onde Comes?” é escolher um conjunto de locais gastronómicos – seja um restaurante, uma loja ou um produtor – que este considere imperdível de visitar na sua região. Os pratos a provar – se for esse o caso – também devem ser mencionados.

Esta viagem gastronómica começa na Beira Litoral e tem a curadoria de João d’Eça Lima, proprietário do restaurante Xisto, em Penela, no distrito de Coimbra. O chefe sugere começar o dia com um pequeno-almoço reforçado numa queijaria com vista sobre o vale do Rabaça e seguir para um almoço no Cantinho da Clotilde, ali bem perto. Caso prefira partir logo para a segunda metade do roteiro que culmina com um petisco ao fim de tarde na Maria das Tapas, na Lousã, prefira deliciar-se com a carta d’O Burgo, na mesma zona. Para cumprir este roteiro – do primeiro a último ponto – apenas precisa de percorrer 41 quilómetros. Ora aponte:

Pequeno-almoço na A Queijeira do Rabaçal
(3230-544 Rabaçal. Tlf: 925 735 792)

O que comer?
“Para quem é amante de queijo, este projeto renovado é obrigatório pela excelência do queijo produzido, pela valorização do queijo Rabaçal DOP e pela descoberta em jeito de mercearia onde se pode descobrir os melhores da região e tomar um pequeno-almoço deslumbrante sobre o vale do Rabaçal.”

Porquê?
“A esplanada e a sala, a mercearia com produtos regionais e a excelência e valorização do queijo feita na região, já vastamente premiado, é uma das principais razões. Por outro lado fica-se a conhecer parte da história da região, dos seus produtores e saberes.”

Preço médio:
15€

Almoço n’O Cantinho da Clotilde
(Rua Lúcio Augusto Xavier de Lima, 356, 3230-544 Rabaçal. Tlf: 916 686 448)

O que comer?
“Um restaurante pequeno, de comida diária, onde fui muitas vezes quando estava a montar o meu espaço. São várias mulheres que o “gerem” e tudo ali é rústico, simples e saboroso. Destaco a chanfana e os pratos de tacho para um almoço de dia-a-dia ou para se redescobrir o que é a verdadeira cozinha de alimento e sustento baseada na sabedoria popular e de tradição matriarcal. Em mesas corridas e comuns, há ali um recanto pitoresco que esconde uma cozida que saborosamente encanta.”

Porquê?
“Este sítio é a prova que se pode fazer uma cozinha simples com excelentes produtos de proximidade, que a cozinha é feita de dedicação e trabalho, que não é preciso muito para se ter sabor, conforto e sustento e porque já é dos poucos restaurantes genuínos, sem os trejeitos absurdos da modernidade onde se vai só porque se come bem.”

Preço médio:
10€

Almoço n’O Burgo
(Castelo da N.ª Sra. da Piedade, 3200-000 Lousã. Tlf: 239 991 162)

O que comer?
“Toda a carta do restaurante é recomendável embora o javali, o veado e as farófias para sobremesa sejam do melhor que se faz na região pela sabedoria dos muitos anos de mão certa em temperos esmerados.”

Porquê?
“Por três razões e mais uma. A primeira pela localização, na Serra da Lousã, na Senhora da Piedade, junto ao Castelo e do curso de água com vista para o mesmo e circundada pelas mais belas aldeias de Xisto. Depois pela sabedoria e mestria da cozinha, coerente e consistente e certa no acumular do saber-fazer de muitos anos. Depois pela simpatia e eficiência da sala, do receber e do conhecer da região. Por último, por ser um lugar seguro e mais do que reconhecido. Não esquecer que foi preciso resistir e pensar o impossível há muito tempo atrás e não desistir. Nisso, este restaurante é uma lição de vida que vale a pena pedir para ouvir.”

Preço médio:
25€

Petisco no Maria das Tapas
(R. Dr. Henrique Figueiredo, 9B, 3200-235, Lousã. Tlf: 239 138 977)

O que comer?
“Sendo um projeto recente há muito para descobrir. Os lugares onde se pode petiscar de forma informal e onde a cozinha é feita com dedicação e sabedoria familiar faz deste espaço muito recente um dos poucos que vale mesmo a pena visitar. As casas de petisco são um património a conservar e há sempre que valorizar os clássicos como os enchidos ou os pica-paus que levam a partilha à mesa.”

Porquê?
“Não há muitas casas de petisco na região que apresentam um espírito novo e um ambiente renovado onde o produto é valorizado assim como a partilha há mesa. Este é um desses locais.”

Preço médio:
20€

Foto: Thays Peric

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